Jason Figueira

Você se lembra do goleiro da seleção do Chile, Rojas? Não? Mas provavelmente se lembra de um jogo entre o Brasil e o Chile no Maracanã nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 90. Também não?

Se o futebol não está entre suas preferências ou se simplesmente você esqueceu, um lance desta partida poderá refrescar sua memória: Quando o Brasil vencia o jogo por um a zero, um sinalizador foi lançado por uma torcedora no gramado, perto de Rojas, que simulou ter sido atingido por esse “foguete”. Rapidamente a comissão técnica da seleção chilena o levou ao vestiário, cortaram seu rosto para que parecesse atingido e assim a partida foi suspensa.

A seleção brasileira foi prejudicada, mas examinando esse sinalizador usado pela Marinha, constataram que não poderia tê-lo machucado. Assistindo o tape da partida, a FIFA chegou à conclusão que ele não tinha sido atingido. A vitória foi dada ao Brasil, que assim se classificou para a Copa. O Chile foi afastado das competições durante quatro anos e o goleiro, expulso do futebol. Em toda essa história, Rojas foi quem ficou com a pior parte. Não podendo mais trabalhar, passou por dificuldades financeiras e foi ridicularizado.

Os brasileiros na época estavam furiosos com os chilenos e não queriam nem ouvir falar o nome do goleiro. No entanto, o São Paulo F. C., pouco tempo depois, tomou uma atitude interessante e ao mesmo tempo curiosa: O clube contratou Rojas como preparador de goleiros. Tendo em vista que ele era bom goleiro, esqueceu de todo o mal que proporcionou a nós, brasileiros, com aquele episódio no Maracanã. Certamente, se ele pudesse voltar atrás, não faria o que fez novamente, principalmente pela atitude de perdão demonstrada pelo São Paulo.

A atitude do São Paulo de não pagar um mal com outro, deveria ser seguida por todos. A vingança não apaga mágoas mas deixa um vazio ainda maior no coração do homem. Quando alguém procura nos prejudicar, devemos retribuir-lhe fazendo o bem e perdoando. Parece difícil, mas essa atitude constrange o agressor e faz com que em nosso interior haja paz.

Essa atitude pode fazer de um inimigo, um grande amigo. Os resultados também aparecem em sua vida e os frutos serão colhidos. Veja novamente o exemplo do São Paulo – tem um grande goleiro que é o Rogério. Será que ele é somente um bom goleiro ou por trás de seu sucesso existe o trabalho de treinamento feito pelo preparador de goleiros, Rojas?

Experimente perdoar e você vai descobrir que pagando o mal com o bem é muito melhor!

Um abraço,

obs.: Não sou torcedor do São Paulo