Eduardo Pena

[texto sem spoilers]

Fui ao cinema com os meus dois filhos ver o Star War: Os Últimos Jedi. Filme que faz parte da saga espacial que vem lotando as salas dos cinemas desde o final da década de 1970, quando foi lançado o primeiro filme, com sua excelente trilha musical inconfundível.

O mundo criado por George Lucas é dividido entre o bem e o mal – a famosa rivalidade entre a luz e as trevas. Dois grupos combatem do lado contrário da “Força”, liderados por seres que dominam esta energia poderosa: Os Jedi enfrentam os Sith para que a justiça e paz vençam o ódio e a destruição.

O que fica destacado na grandiosidade dessa guerra são as características dos principais personagens. O enredo vai nos mostrando que entre as habilidades e sagacidades, existem os dramas pessoais dos heróis e vilões. Uma grande guerra não acontece “nas estrelas”, mas dentro dos seus protagonistas.

A luta pessoal atinge fortemente aqueles que vão decidindo e liderando a jornada de ataques, defesas e fugas. Muitas vezes, é a própria confusão das lutas íntimas que acaba mudando toda a trama da luta externa. É comum se ver nos agentes a fraqueza dúbia de uma crise de identidade de seres aprisionados às lembranças do passado – ah, o passado e sua força aprisionante! – Por detrás dos capacetes, armaduras e espadas, transparecem seres frágeis camuflados – força e fraqueza ocupando o mesmo lugar.

Assim, a luta para descobrir quem se é de fato parece ser a verdadeira saga dos personagens. Nenhum mocinho ou mocinha é imunes às suas tentações… até os vilões mais carrancudos têm as suas lutas secretas. O que se vê são pessoas o tempo todo precisando ser lembrados do seu caminho e sentido. Luke Skywalker, o herói caminhante exemplar dessa luta desde ainda criança, se revela ao final da vida, um mestre ancião numa reclusão imposta por ele mesmo por causa das suas dúvidas existenciais.

Os dilemas da humanidade de “quem somos”, “de onde viemos” e “para onde vamos” ainda provocam bons enredos penso eu, justamente por ser indagações inerentes a cada um de nós. O problema não são as questões, mas o que faremos com elas. No plano real e sem efeitos especiais ou controle mentais de forças magnéticas, fica muito interessante o que Paulo, o Apóstolo, chegou a entender:

“Assim, encontro esta lei que atua em mim: Quando quero fazer o bem, o mal está junto a mim. Pois, no íntimo do meu ser tenho prazer na lei de Deus; mas vejo outra lei atuando nos membros do meu corpo, guerreando contra a lei da minha mente, tornando-me prisioneiro da lei do pecado que atua em meus membros. Miserável homem eu que sou! Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte? Mas, Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor!” (Romanos 7:21-25)

A verdadeira força que nos faz vencer os nossos dilemas existenciais e que traz significativos de vida plenamente satisfeita é uma pessoa; aquela única capaz, a quem podemos e devemos nos curvar em reconhecimento e adoração, pois lutou e prevaleceu todas as nossas guerras, inclusive, a mais profunda da nossa alma.

 

Texto Bíblico Utilizado: Romanos 7:21-25