Era uma vez um homem que foi ao barbeiro. Enquanto tinha seus cabelos cortados conversava com o barbeiro. Falava da vida e de Deus. Dai a pouco, o barbeiro incrédulo não aguentou e falou:
Deixa disso, meu caro, Deus não existe!
Por quê?
Ora, se Deus existisse não haveria tantos miseráveis, passando fome! Olhe em volta e veja quanta tristeza. E só andar pelas ruas e enxergar!
Bem, esta é a sua maneira de pensar, não é?
Sim, claro!
O freguês pagou o corte e foi saindo, quando avistou um maltrapilho imundo, com longos e feios cabelos, barba desgrenhada, suja, abaixo do pescoço. Não agüentou, deu meia volta e interpelou o barbeiro:
Sabe de uma coisa? Não acredito em barbeiros!
Como?
Sim, se existissem barbeiros, não haveria pessoas de cabelos e barbas compridas!
Ora, existem tais pessoas porque evidentemente não vêm a mim!
Que bom. Agora, você entendeu.
Essa pequena história nos faz refletir. Muitas vezes culpamos Deus pelos acontecimentos do mundo e esquecemos que, não fazendo a nossa parte, estamos contribuindo para que o mundo continue do jeito que está.
Temos livre arbítrio, capacidade de escolher nossos atos e tomar decisões certas ou erradas. Deus quis assim para que pudéssemos desfrutar a liberdade das nossas decisões. Senão seríamos robôs, marionetes, bonecos e, com certeza, estariam culpando Deus por isto também. E não poderia ser diferente! A vida com Deus é um presente de Deus e precisa ser recebido, aceito como todo e qualquer presente. Não pode ser por imposição, obrigação, coerção. Devemos aceitar, buscar, receber. Apesar de ser para todos, é preciso dar o passo. É um presente, é de graça, mas precisamos ir recebê-lo… Falando nisso, preciso sair para cortar o meu cabelo, já está muito grande…
Um grande abraço!