Isaltino Gomes Coelho Filho

Não queria falar dele. Mas tantos me pediram que não houve jeito. Aquela figura truculenta ordenando que os feridos fossem removidos para libertar o campo não parecia um ser humano. Parecia um troglodita. Grosseiro e insensível. Indiferente ao sofrimento de dezenas e à possibilidade da morte de outras. Conseguiu a proeza de ser chamado de bruto por ACM!

Eurico se esforça para ser mal educado. E consegue ser bem sucedido. Mas ele é um retrato do homem contemporâneo. Uma radiografia (apenas passando dos limites) do homem pós-moderno, a época em que vivemos.

Esta é a nossa cultura: o que vale é levar vantagem sobre os outros. O próximo não é alguém a ser respeitado, mas usado. O negócio é triunfar sobre os outros. O referencial da pessoa é ela. As leis são para os outros. Por exemplo: Os prefeitos agora assumidos criticam a lei de responsabilidade fiscal. Dizem que é boa. Mas não serve para eles. A postura é esta: “o certo é o que me beneficia”.

Assim não se educa a sociedade. Não há padrões ou valores. São coisas de reacionário, quadrado, fascista e falso moralista. As novelas exaltam o mal e dizem que apenas representam a vida real. Alguém ficou chocado ao perguntar a uma menina de seis anos o que ela seria ao crescer. A menina respondeu: “Garota de Programa, como a Capitu, da novela”. Esta é a vida real, meninas de seis anos ansiando ser prostitutas?

A Bíblia diz: “Eduque a criança no caminho em que deve andar, e até o fim da vida não se desviará dele” (Provérbios capítulo 22 verso 6). Que educação a mídia dá às crianças? Que exemplo os “euricos mirandas” da vida dão? A vitória não é da lei, mas da truculência! Depois, façamos passeatas pela paz, vestidos de branco!

Princípios e valores que sempre mantiveram a sociedade coesa hoje são mostrados como opressão. Cada um é dono de sua vida e faz o que dá na telha. É assim que o mundo pensa. Por vezes, até pessoas que se dizem religiosas. Não lhe peçam dedicação e compromisso. Ofereçam-lhes coisas boas. Façam-lhes promessas. Preguem-se coisas boas para elas. Lembro do que diz a Bíblia em Miquéias capítulo 2 verso 11: “O profeta que essa gente prefere é aquele que anda pregando mentiras e falsidades, prometendo vinho e cerveja para todos”.

Deve haver lei e repreensão. “Os orgulhosos devem ser castigados para que as pessoas simples aprendam uma lição de humildade; quem é sábio aprende quando é corrigido” (Provérbios capítulo 19 verso 25). Deve haver correção para haver crescimento: “Aquele que quer aprender gosta que lhe digam quando está errado; só o tolo não gosta de ser corrigido” (Provérbios 12.1).

Eis a questão: ser um jagunço ou uma pessoa decente?