Um pensamento sobre a Censura

Átila

censuraQuando Marta Suplicy começou a falar sobre “censura” naquele programa de televisão, fiquei receoso, confesso. Mas logo sua postura começou a esclarecer-se e revelar uma lucidez que poucas vezes consegui vislumbrar em personalidades de “domínio público” como ela! Estava diante de um homem de televisão falando abertamente sobre a necessidade de termos uma nova censura para a TV. Contextualizada, moderna e, principalmente, orientada não por princípios hipócritas de puritanismo barato, mas embasada em princípios elementares de formação psico-social-pedagógica, que prioriza o homem como pessoa e não um consumidor sem alma e sem espírito. “A TV não é veículo para educar”, disse o apresentador, a que a deputada respondeu com propriedade e perspicácia: “Nem para deseducar”.

Podemos ver isso no nosso dia a dia. Temos inúmeras pesquisas que identificam os canais de TV como veiculadores de informação que privilegia a violência, o desrespeito humano por meio do uso de álcool e drogas vinculados ao mito do homem ou da mulher de sucesso, a exploração dos anseios e necessidades psicológicas das pessoas do outro lado da tela como instrumento de enriquecimento pelo fomento do consumismo, a “coisificação” da mulher, apresentada como mero instrumento de satisfação dos prazeres masculinos, o agente de reforço de maneirismos e vícios sociais que denigrem o próprio povo, tal como a exaltação da malandragem e da desonestidade, e a abordagem da criança, especificamente, a qual é exposta a uma programação que violenta seu processo de crescimento físico e psicológico normais, naturais, expondo-a como, novamente, simples objeto de manipulação por parte dos “ideais” capitalistas (entenda-se capitalismo como a priorização da venda de produtos e enriquecimento acima de valores e da dignidade do ser humano) personificados por rainhas e reis dos baixinhos, loiras e morenas, homens e mulheres, que só buscam seu próprio bem estar e “vantagem em tudo”, certo?

Aí é que encontramos o problema básico. Enquanto o homem não se encontrar com Deus continua vivendo em torno das ilusões que o dinheiro e a posição social querem oferecer (sem conseguir!!), usando os outros para atingir seus objetivos, quer na TV, quer em uma cadeira no Senado Federal, em uma esquina, em uma clínica médica, em um asilo para idosos, em uma Prefeitura, em uma sala de aula, em um discurso inflamado, em um pedaço de terra…

Aquele que se encontra com Cristo é uma nova pessoa,
as coisas velhas já passaram e tudo se fez novo!
Bíblia, 2ª Carta aos Coríntios, capítulo 5, verso 17

Outro dia assistia a um programa da imprensa de investigação que mostrava abertamente, e sem nenhum critério, fotos e imagens que realçavam uma nudez que agredia a dignidade dos modelos e do público, o interior de boates em plena atividade, gente bêbada e utilizando drogas, shows com strip-tease, sem nenhum critério, indiscriminadamente. Porém, quando tomavam a declaração de alguém que se utilizava de um palavrão para expressar-se, inseriam um sinal eletrônico (piiiii!) para evitar que o impropério fosse ouvido, muito embora a formação das palavras pelos lábios denunciasse, com extrema clareza, o que o indivíduo estava verbalizando! Que hipocrisia e descaso. Tentam mostrar para nós que existe controle de qualidade naquilo que é transmitido para nossas casas… Censura hipócrita e sem propósito. Quando nesse país poderemos assistir à formação de um grupo de pedagogos sérios que informem aos nossos meios de comunicação como se pode e se deve informar e formar sem manipular! Somos mais importantes do que aquilo que querem vender, mesmo que seja uma ideologia!

Abraços, com Jesus a lucidez…

 

Texto Bíblico Utilizado: 2 Coríntios 5:17