Guilherme Falcão

Certo dia conversando com um senhor idoso, de 72 anos, ele comentou com certa amargura: “Veja bem, trabalhei a vida inteira, com o desejo de dar aos meus filhos o que não tive de bens materiais. Para isto quase nunca tirei férias, muitos finais de semana trabalhei, assim como em muitos feriados. Quando a família se queixava da minha ausência, eu dizia-lhe que precisava trabalhar muito para que meus filhos tivessem um futuro promissor. Com isto pouca comunicação tinha com eles, afeto e carinho eram raros, os vi passarem muito rápido de uma etapa para outra de vida, e na verdade não os conheci.”

“Mas, tornei-me um vitorioso, acumulei bens, sou um homem rico, tenho tudo o que sonhei ter. No entanto, o preço que estou pagando por isto eu não quero para o meu pior inimigo: estou com várias doenças, meus filhos cresceram, saíram de casa, constituíram famílias, mas somos estranhos, não nos conhecemos, e o pior é que sinto que eles esperam que eu morra para herdar os meus bens. O que eu fiz com a minha vida? Na verdade, sinto-me um fracassado.”

A Bíblia contém ensinamentos maravilhosos acerca da vida e também de como criar filhos. Jesus falou: “Não se preocupem em acumular riquezas aqui na terra, onde tudo pode estragar-se ou ser roubado. Se as riquezas estiverem no céu, o seu coração também estará lá.” Mateus 6: 19 e 21. É claro que precisamos trabalhar para sustentar a família, mas, o excesso disto, prejudica o relacionamento familiar, e conforme o Salmo 127: “Herança do Senhor são os filhos; o fruto do ventre seu galardão.”

Deus dá o privilégio ao homem de constituir família, não só para acumular bens, mas sim, para criar oportunidades de relacionamento e crescimento de todos. Que possamos diante desta história reavaliar onde estamos colocando as nossas prioridades.