Eduardo Pena

Sou da geração que viajou com o DeLorean do filme “De Volta para o Futuro” em meados da década de 1980, juntamente com Martin McFly (Michael J. Fox) e Dr. Brown (Christopher Lloyd).

21-outubro-2015

Dentro do carro, acoplado ao Capacitor de Fluxo, um painel que indicava a data para onde se viajar apontava o dia 21 de outubro de 2015 como o futuro. De repente vimos o jovem Martin aprendendo a utilizar um skate flutuante sem rodas, um tênis e uma jaqueta que se ajustavam sozinhos ao corpo, além claro, do DeLorean voador que, na fala do Dr. Brown, não precisava mais de estrada e que tinha como combustível cascas de bananas e restos de alimentos orgânicos.

Acredito que, como eu, muita gente ficou encantada com todos esses inventos imaginados pelos diretores do filme. Quem é que não iria querer um tênis daquele? Só que o futuro chegou sem skate voador – em compensação, trouxe os minis computadores sem fios interligando o mundo nas nossas mãos (coisa que deixaria o Dr. Brown de cabelos arrepiados).

Eu por certo, trocaria qualquer aparelhozinho desses por uma viagem no tempo.

Para mim a grande provocação do filme é justamente mostrar aquela movimentação toda do jovem McFly (Calvin ou Clint) indo freneticamente de um lado para outro “no tempo” tentando “salvar” a sua própria história, de sua família – a sua própria identidade.

Isso só é possível de ser imaginado porque somos seres que sabemos que precisamos de tempo e espaço para viver. A nossa percepção de existência se dá exatamente nisso: A vida, por sua condição, está aprisionada no tempo e no espaço. Enquanto vivos, em tempo. O futuro chega, mas quando nos damos conta, já se tornou passado, pois o tempo é algo que quando refletido, pensado, questionado, sempre será “matéria” que já virou história-lembrança.

Será então, que viajar no tempo seria a possibilidade de rompermos com esse “aprisionamento”? … mas, assim como a água é a única condição de vida do peixe, e portanto, sua liberdade, essa seria uma ilusão que nos levaria fatalmente, à morte?

Quando olho para a Bíblia, vejo que ela alimenta a esperança de que, chegará um tempo quando não estaremos limitados a esta condição. A história da humanidade tem seu curso definido para uma dimensão maior do que tempo e espaço. Deus resolveu dividir conosco o que é peculiar dele: a Eternidade. Ou seja, vivermos fora do tempo!

“Ele [Deus] fez tudo apropriado a seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade … Todavia, como está escrito: Olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou o que Deus preparou para aqueles que o amam … Venham e recebam o Reino que o meu Pai preparou para vocês desde a criação do mundo … onde nem morte nem vida … nem o presente nem o futuro, nem qualquer poderes … nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.”

Nesta esperança iremos … iremos, fortes como a guitarra de Chuck Berry em “Johnny B. Goode”, sem necessidade de máquina de tempo, pois isso deixará de ser nossa utopia … já possuiremos.

 

Texto Bíblico Utilizado: Eclesiastes 3:11; 1 Coríntios 2:9; Mateus 25:34; Romanos 8:38,39