David Guimarães

Feriado. Conforme planejado desde a semana passada, colocamos as cinco (!) bicicletas em cima do carro e fomos para São Conrado fazer o passeio que vai até o Leblon, pela ciclovia da avenida Niemeyer. Tudo preparado, água, pneus calibrados, protetor solar. E lá fomos nós neste belo dia de sol.

Pedalamos até o Leblon, ficamos ali alguns minutos e pegamos o caminho de volta, pelo mesmo trajeto. Chegando mais ou menos no meio do caminho passaram por nós algumas pessoas que nos avisaram que parte da ciclovia havia caído. Que susto! Se estivéssemos uns 15 minutos à frente, estaríamos exatamente neste trecho.

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Havíamos avaliado tudo e nos protegemos da melhor forma possível: roupas frescas e arejadas, bonés e protetor solar para o sol forte, água para nos mantermos hidratados, bomba para calibrar os pneus no trajeto, celulares e joias em casa para reduzir o risco de assalto, carteirinhas do plano de saúde para algum imprevisto. Imaginamos todas as coisas que poderiam acontecer, e “mitigamos o risco”, como se diz no jargão profissional.

Justamente de onde não se esperava veio o acidente. Uma onda gigante atingiu a ciclovia e levantou a pista, tirando ela das suas vigas e jogando as pessoas que estavam naquele trecho ao mar. Poderia ter sido previsto e evitado? Não sei. Passo todos os dias neste trecho de estrada indo ao trabalho e nunca o vi ser atingido por ondas. Para mim, pessoalmente, foi INESPERADO. Eu ESPERAVA ter a pele queimada de sol, ter um pneu furado, passar sede, e até ser assaltado. Mas NÃO ESPERAVA que a ciclovia caísse. Não havia me preparado para isso.

Lembrei da música Interlúdio:

Entre a vida e a morte,
Um instante só se basta;
Num piscar de olhos,
Tudo passa.

Sua vida, seus valores,
Seus pertences, seus temores.

Que coisa fugaz,
A vida que se tem!
Ora planos pro futuro,
Ora perda total!
Ora de pé, confiante,
Ora o instante fatal.

Por mais precavido que alguém seja, duvido que fosse pensar que a ciclovia seria atirada longe por uma onda. Não há como se proteger de tudo. Nunca haverá precauções suficientes. Não existe risco zero. Uma hora ou outra o INESPERADO chega. Jesus, enquanto ensinava sobre a ansiedade para seus discípulos, perguntou: “Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida? (Lucas 12:25)” O que fazer? Como nos preparar para ESPERAR o INESPERADO?

A primeira dica vem do próprio Homero Reis, que conclui em sua música:

Só nos resta a esperança
Do cuidado de Jesus;
Só nos resta o cuidado
Que provém da sua cruz.

Jesus falou que estaria conosco todos os dias. Disse que há coisas que são INESPERADAS para nós, mas não para Ele. Na verdade, Ele vai ainda mais longe, ao dizer que “até os cabelos da nossa cabeça estão todos contados (Lucas 12:7)”

Não existe INESPERADO para Deus. Ele nunca perde o controle. Nunca chega atrasado. Podemos confiar nele.

A segunda ação é estar sempre pronto. Deus não revela a nós quando será a nossa hora de partir. Isso é algo que só ele sabe e não compartilha conosco.

Essa ainda não foi a nossa vez. Ainda temos mais algum tempo por aqui. Quanto tempo? Não sei. O que fazer? Estar sempre pronto para o momento em que Ele nos chamar, pois não haverá aviso prévio.

Você está pronto?

Ouça a música Interlúdio, de Homero Reis e Toninho Zemuner aqui:

http://www.ippdf.com.br/musicas/musicas-prontas/interludio/

Texto Bíblico Utilizado: Lucas 12:7, 25